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Emmanuel Pahud lança “Airlines”

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(POP CYBER)

O flautista Emmanuel Pahud leva a música de Alexandre Desplat a novos domínios. “Airlines”, já disponível em todas as plataformas digitais, é inteiramente dedicado a gravações inéditas – de obras de concerto originais e de versões reimaginadas das trilhas sonoras de Desplat, incluindo os vencedores do Oscar The Shape of Water (2018) e The Grand Budapest Hotel (2014). Pahud é acompanhado pela Orquestra Nacional da França, conduzida pelo próprio Alexandre Desplat.

O lançamento de “Airlines” vem logo após a indicação de Desplat para mais um Oscar, desta vez por Little Women, dirigido por Greta Gerwig. Inclui também adaptações das partituras para Girl With a Pearl Earring (o filme que trouxe ao compositor francês grande visibilidade internacional, em 2003), para Birth (2004) e para Lust, Caution, dirigido por Ang Lee e lançado em 2007 .

O álbum complementa esses projetos cinematográficos com obras que evocam imagens na mente em vez de na tela. Uma delas é uma peça solo com o título do trocadilho “Airlines” – referenciando tanto viagens aéreas quanto a flauta como instrumento de sopro; foi estreada por Emmanuel Pahud em 2018. Outra é uma Symphonie Concertante, de três movimentos, que carrega um nome musical mais familiar: “Pelléas et Mélisande”. Aqui, Desplat segue Debussy, Fauré, Sibelius e Schoenberg inspirando-se na assombrosa peça simbolista de Maurice Maeterlinck, vista pela primeira vez em 1893. Esse trabalho de Desplat foi apresentado pela primeira vez, na França, em 2013, em que Desplat abordou Emmanuel Pahud sobre isso logo depois. Os dois músicos se conheceram em Los Angeles, quando Pahud visitava a cidade em turnê como principal flautista da Filarmônica de Berlim. Como ele diz: “eu disse ao Alexandre como achei lindas as ideias e os temas [da peça] … A ideia de trabalharmos juntos desenvolveu-se com bastante naturalidade. Acontece que eu estava procurando uma oportunidade de colaborar em algo além do formato normal de concerto”.

Ele e Desplat colaboraram estreitamente nas adaptações das trilhas sonoras, um processo musical que Pahud descreve como delicado, já que a música precisava ser ‘reaproveitada’. Sem dúvida ajudou o fato de Desplat ter uma afinidade especial com a flauta. O compositor parisiense disse que “demorei um pouco [em criança] para encontrar o instrumento de que gostasse, que se tornaria o meu instrumento. Porque um instrumento é uma extrapolação do seu próprio corpo, mas também da sua alma”. Desplat começou com piano e corneta, mas as coisas não correram bem, então: “de repente, tinha esse instrumento, a flauta que eu podia tocar imediatamente. Era apenas…óbvio. Este instrumento foi feito para mim”.

Para a adaptação de Girl With a Pearl Earring, foi uma questão de expandir a presença da flauta que já era proeminente na trilha sonora do filme, mas a música de The Grand Budapest Hotel e The Shape of Water precisava ser repensada de forma mais substancial. Para Lust, Caution, a flauta assume linhas originalmente concebidas para violino. Acontece que o produtor de Airlines é uma violinista: Dominique Lemonnier, também conhecida profissionalmente como Solrey. Como Alexandre Desplat (que é marido dela) explica: “a orientação artística de Solrey provou ser inestimável na hora de escolher as partituras e encontrar um equilíbrio entre homogeneidade e diversidade. Suas ideias como intérprete musical foram de valor crucial”.

Desplat, que estudou na França e nos Estados Unidos, e cujos professores incluíam o modernista Iannis Xenakis, forneceu alguns insights valiosos próprios em uma entrevista à revista Forbes. Discutindo seus métodos de trabalho e inspiração, ele disse: “criativamente, sempre tenho que respirar fundo e pular para outro projeto que não tem nada a ver com o anterior. Só assim posso manter a obsessão ou o amor que tenho por alguns acordes ou melodias ou certas orquestrações sem que tudo soe igual… Não sei o que me influencia, realmente não tenho ideia, porque não ouço muito música. Quando viajo, ouço música da América do Sul, Brasil, África, Grécia e também música de concerto contemporânea, ópera contemporânea e música de câmara. Essas são as coisas que eu acho que alimentam meu trabalho acima de tudo, mas eu não as ouço muito. Faço isso com mais frequência do que ouço músicas pop, mas adoro o U2 e alguns rappers como Common”. Para Alexandre Desplat, com música, o céu é o limite.

 

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