Às vésperas do dia 07 de setembro, enquanto bolsonaristas celebram a “Independência do Brasil”, o cantor e compositor CIRIO abre mão do patriotismo piegas para lançar a canção de protesto “INDEPENDÊNCIA OU MORTE” em defesa da democracia, evidenciando a sua preocupação com o autoritarismo e o descaso do atual Governo com assuntos vitais como a pandemia do novo coronavírus e o desmatamento da Amazônia.
A melodia, cantada boa parte em coro, lembra ironicamente”jingles políticos” e o acordeon dá um toque de brasilidade para o arranjo. A letra, inicialmente inspirada em “Podres Poderes”, de Caetano Veloso, é repleta de aliterações, marca constante do artista em suas últimas composições. Em “Independência ou Morte”, palavras de protesto misturam-se a uma sonoridade otimista que deposita esperanças no poder de decisão de um povo livre: o voto.
Além do evidente contraponto entre a letra crítica e o leve arranjo, o cantor decidiu colocar mais uma camada de contraste e estranheza em sua obra ao escolher a arte do designer ativista Dinho Lascoski como capa do seu single. Na imagem, o famoso personagem Leatherface, personagem fictício da franquia de filmes “O Massacre da Serra Elétrica” aparece com uma faixa presidencial, ilustrando o poder destrutivo e nocivo das ações do presidente Jair Bolsonaro e seu Governo. “Estava buscando referências visuais para o single e me deparei com a arte do Dinho. Aquilo me pegou logo de cara, primeiro porque sou fã de filmes de terror, segundo porque um assassino em série tem tudo a ver com o modo como estão sendo conduzidas as políticas públicas aqui no Brasil, tanto no enfrentamento da pandemia como no descaso com a população negra, indígena e os mais pobres. A realidade é muito mais assustadora que qualquer filme de terror.”
Em seu canal do YouTube (https://www.youtube.com/ciriotv), o cantor já exercita a sua crítica ao atual governo em sua série Cantadas Crônicas desde o início do ano. Mês a mês estão sendo lançadas retrospectivas em músicas autorais, refletindo sobre os últimos acontecimentos do Brasil, trabalho que já vinha sendo desenvolvido pelo artista, mas de forma anual.