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Você se lembra do seu último show ao vivo?

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(POP CYBER)

 

Alguns acontecimentos mundiais marcam muito as nossas vidas, mesmo que de forma completamente indireta. Em 2001, aos 14 anos, me lembro perfeitamente de onde estava e do que estava fazendo quando os aviões bateram nas torres gêmeas: na aula de inglês da oitava série. Arrisco dizer que todo mundo que já era crescido naquela época sabe responder com precisão à pergunta: “o que você estava fazendo em 11 de setembro?”. Assim, sem ano mesmo, porque quando se fala nesse dia e nesse mês, a gente sabe exatamente qual é o assunto.

Por que estou falando disso? Porque imagino que será exatamente assim quando conversarmos sobre o que acontece em 2020, com a pandemia do novo coronavírus nos obrigando a fazer a quarentena. “Você se lembra da sua última aglomeração?” será tema das rodinhas por aí. E aí, quais são as suas memórias? Como aqui falamos de música, te pergunto: você se lembra do seu último show ao vivo?

A minha memória volta para o meu último dia de alegria nas ruas. E QUE alegria! Show dos meus maiores ídolos, os Backstreet Boys. Mais um show deles (fui à todos aqui no Rio de Janeiro). Era 13 de março e já parece que foi há milênios. Nesse dia a pandemia já tinha aparecido, ameaçadora. Trabalhando em rádio, vi vários shows sendo adiados. O da banda inglesa McFly, que seria dali algumas semanas, foi o primeiro. Recebi o comunicado e fiquei morrendo de medo de acontecer a mesma coisa com os Backstreet Boys. Não aconteceu e o show rolou. No público, várias pessoas já estavam usando máscaras, mas o contato entre elas ainda era bem caloroso, cada canção, era um abraço nas amigas. Muitos desses abraços acompanhados de um choro descontrolado de fã. Mal sabíamos que estar ali, naquele momento, era completamente inapropriado. Vivi esse dia realmente como se fosse o último show. E que medo que dá pensar que realmente pode ter sido o (pelo menos meu) último do ano! No dia seguinte a apresentação de São Paulo foi adiada a poucas horas de acontecer.

A sensação de um show é única. Por causa dela você sai do conforto do seu lar para passar, muitas vezes, por alguns perrengues. Filas, banheiros lotados, bebida cara, lugares nem sempre tão bons e apresentações que muitas vezes ficam aquém do que a gente esperava. Mas há uma razão pela qual a gente troca o Spotify pelas casas de show e estádios: a presença. Não é maravilhosa a sensação que você sai de um show? Relembrando suas músicas favoritas, conhecendo novas, comparando à gravação que você tanto escuta… É incrível!

Com a pandemia, descobrimos uma nova realidade. As lives dos artistas tomaram conta do espaço vazio deixado pelas apresentações ao vivo “corpo a corpo”. Quando tudo parecia temporário, os shows indoor transmitidos online eram um grande barato. Hoje, quatro meses depois, confesso que já cansei um pouco. Será que todo mundo se sente assim em julho? Os shows em formato drive in já são uma realidade também, se encaixando nas novas normas de segurança. Cada um do seu carro, com o artista a dezenas de metros de distância, as piscadas de farol e buzinadas rápidas se tornaram as novas palmas calorosas dos fãs.

Muito se fala sobre o entretenimento ter sido o primeiro setor a parar e provavelmente o último a voltar pós- pandemia. Os novos formatos que nos são oferecidos agora fazem uma frase muito usada no meio se tornar realidade, mais do que nunca: o show tem que continuar. E está continuando! Mas mal posso esperar para voltar às filas no banheiro e ficar muito aborrecida com o menino desafinado do meu  lado que canta mais alto que o cantor. E será que a senhorita da frente pode descer do ombro do rapaz, por favor? Não to conseguindo ver nada. Ah, que saudade!

 

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