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Rashid explora dualidades no novo single “Pílula Vermelha, Pílula Azul”

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Crédito: Rafael Brasil

Saber a verdade e compreender o mundo ao redor ou fugir da realidade e se esquivar de questionamentos à sociedade? Na cultura pop, reforçada pelo filme Matrix (1999), a decisão entre esses dois caminhos é representada pela escolha entre uma pílula vermelha e uma pílula azul. Essa é a referência apresentada por Rashid no single “Pílula Vermelha, Pílula Azul” (ouça aqui). Com uma dualidade vocal inédita na carreira do rapper paulistano e um videoclipe disponível no YouTube (assista aqui), a faixa reúne outras inspirações, que vão de Akira e Blade Runner a Nação Zumbi, e serve de trilha sonora para cenas de um Brasil underground, onde o país é um protagonista em crise.

“A gente se acostumou a falar do futuro projetando avanços tecnológicos, como carros voadores. Eu quis dar um olhar ao futuro do gueto, onde as coisas vão se remendando para permitir a nossa existência”, analisa o rapper. “Pílula Vermelha, Pílula Azul” também aponta para um Rashid do amanhã ou, vamos dizer assim, para uma nova variante. “Estou buscando novas formas de me expressar e novas construções para a minha poesia. Pela primeira vez, eu interpreto dois personagens diferentes dentro da mesma música”, ele comenta.  

Com produção assinada por Grou, a canção abre com versos extraídos de “Banditismo Por Uma Questão De Classe” (1994), faixa do clássico álbum Da Lama ao Caos (1994), do Nação Zumbi. “O Chico Science e o Nação Zumbi definiram muito bem, tanto nas letras quanto nas melodias e nos arranjos, o mood desse Brasil underground, que complementava a música popular brasileira que estava sendo feita na época, mas também se opunha”, comenta Rashid. “É impressionante como várias composições dos anos noventa continuam fazendo sentido atualmente. Isso nos mostra dois pontos: o quão atemporal são determinadas características da nossa música e o quanto o nosso país regrediu”, ele comenta.

Verso que impregna pressão na levada de “Pílula Vermelha, Pílula Azul”, “não me empurra que eu to no limite” foi retirada e traduzida da faixa “The Message”, do grupo norte-americano Grandmaster Flash and the Furious Five. “Eu acho que a mensagem desse som tem alguns caminhos e camadas: de ser uma trilha pra esse Brasil do dia a dia, o Brasil trabalhador, mas de também ser um alerta, de demonstrar ali que tem algo errado, pensando na visão de mundo de quem tem privilégios”, ele comenta.

Dirigido por Levi Riera, o videoclipe da canção apresenta dois protagonistas pretos separados por uma questão de classe. “Eles representam dois ideais que facilmente ocupariam a mente de um mesmo indivíduo. No fim, isso acaba pressionando as pessoas pretas que, muitas vezes, ficam divididas entre o coletivo e o indivíduo ou entre a causa e o sucesso pessoal”, reflete.  Ao fim dos quase quatro minutos de registro audiovisual, o desfecho vem acompanhado por uma escolha: pílula vermelha ou pílula azul?

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