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Pedro Scooby diz que deu tapa no rosto do filho

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(POP CYBER)

Pedro Scooby causou polêmica em um papo com Douglas Silva no BBB22 ao afirmar que já deu um tapa na boca do filho mais velho, Dom, de 9 anos. O surfista explicou que a criança deu uma “resposta atravessada” durante uma discussão, e que o tapa foi tão forte que Dom ficou imediatamente com o lábio inchado.

A fala é problemática por muitas questões. Scooby falou do ato com naturalidade, como se agredir uma criança (impossibilitada de se defender e dependente física, emocional e financeiramente dos pais) fosse algo totalmente aceitável e que não pode trazer nenhuma consequência negativa.

O ato reforça a ideia patriarcal de que pais são “donos” dos filhos, e que podem fazer o que quiser sob a justificativa de autoridade. Piorando a situação, Scooby deu risada, afirmando que “o beiço do filho ficou igual ao do Patolino”. Por fim, outra questão problemática da fala é a conclusão: o surfista afirmou que Dom nunca mais respondeu nada na vida, sem problematizar que a agressão possa ter causado um quadro de trauma na criança.

“Agressão física em uma criança gera um ciclo: ela começa a interpretar a violência como algo normal, e a partir disso pode chegar em casa e dar um tapa no amiguinho usando a mesma lógica ou até bater no irmão menor. A agressão também pode causar trauma, especialmente pela violência do ato descrito por Scooby. Essa criança pode acabar se isolando socialmente, por exemplo, e ficar incapaz de falar em uma situação que precise reagir”, explica Yasmine Martins, neuropsicóloga do Instituto Pensi, braço de pesquisa do hospital infantil Sabará, em SP.

Um tapinha?

Violência contra crianças é inaceitável, e bater nos filhos não reforça nenhum tipo de educação. Em junho de 2014, foi sancionada no Brasil a Lei 13.010, que garante o direito de crianças e adolescentes de serem educadas sem castigos físicos ou tratamento considerado degradante e cruel.

O texto foi escrito a partir do caso do menino Bernardo, de 11 anos, que foi assassinado no mesmo ano após uma injeção letal ministrada pela família. De acordo com a lei, é proibido qualquer tipo de ação punitiva como lesões, tratamentos cruéis, humilhação, ameaça grave e ridicularização, além de agressões físicas. Pais e cuidados que forem punidos pela lei podem perder a guarda dos filhos. Casos graves caem na Lei de Tortura, cujos criminosos estão sujeitos à pena de reclusão de até 8 anos.

De acordo com Yasmine, existem outras maneiras de educar uma criança que não passam pela violência, seja ela física ou moral. “Uma criança de 9 anos já consegue dialogar com os pais, e pode sim receber limites. Nesse caso, a família pode pensar em melhorar a comunicação com essa criança, perguntando porque ela está brava, porque ela está respondendo os pais, e encontrando outras formas de reforçar um comportamento positivo”.

Outro problema que a fala de Scooby evidencia é quão pouco pensamos na exposição de crianças e adolescentes na esfera pública, especialmente no caso do ‘BBB22’, que é um programa de alcance internacional.

O filho do surfista já tem idade para encontrar o vídeo do pai falando sobre o assunto no Instagram e no Twitter, e pode acabar sendo vítima de bullying. “Ele pode virar chacota, porque as crianças que estudam com ele vão reconhecer que o pai está falando dele. Isso pode se tornar um caso de violência psicológica contra a criança, já que estamos expondo um momento íntimo da família para o Brasil. Isso é um desrespeito com a criança”, explica Yasmine.

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