O ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora Marielle Franco em 2018, está envolvido em um acordo com a Polícia Federal, segundo informações exclusivas obtidas pelo Intercept Brasil. O acordo, que está em fase de tramitação, aguarda homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), uma vez que Jorge Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, possui foro privilegiado.
Ronnie Lessa encontra-se detido desde 2019, aguardando julgamento pelo assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. O acordo com a Polícia Federal pode implicar na colaboração do ex-policial com as autoridades, fornecendo informações valiosas sobre o crime e possíveis conexões. A natureza exata do acordo e os termos específicos ainda não foram divulgados.
O fato de Jorge Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do RJ, possuir foro privilegiado complica a homologação do acordo. Isso significa que o STF, a instância responsável por julgar autoridades com prerrogativa de foro, precisa avaliar e aprovar o acordo antes que ele possa ter validade legal. O foro privilegiado é uma prerrogativa legal que garante a certas autoridades o direito de serem julgadas em instâncias superiores.
A morte de Marielle Franco e Anderson Gomes chocou o país e teve repercussões internacionais. A vereadora era conhecida por seu ativismo pelos direitos humanos, especialmente em questões relacionadas à violência policial e à igualdade racial.
O desenrolar desse acordo entre Ronnie Lessa e a Polícia Federal, bem como a espera pela homologação do STF, permanecem como pontos cruciais em um caso que tem gerado intensa comoção e exigências por justiça. O desfecho deste processo terá implicações significativas não apenas para as partes envolvidas, mas também para a credibilidade do sistema judiciário brasileiro diante de um caso tão emblemático. O Intercept Brasil continuará acompanhando de perto os desdobramentos dessa investigação exclusiva.
