O artista é o responsável por compor as músicas, arranjar, fazer as letras, tocar todos os instrumentos, samplear alguns outros, cantar, gravar, mixar, filmar cada uma das cenas, tratar, manipular, distorcer e editar todos os clipes. Um trabalho homérico, mas também transformador.
Embalado por uma estética glitch, lofi e bem anos 80, o projeto traz tom industrial, misturando rock, música eletrônica e também alguns elementos acústicos e vocais pop. “Gosto de pensar que moro numa realidade distópica, quase cyberpunk. Acho que a minha arte é bem inquieta e barulhenta, mas milimetricamente planejada e controlada”, ressalta.
Nas letras, quase autobiográficas, uma reflexão sobre rotina, caos, ansiedade, obsessão por propósito, necessidade de se desligar e de criar bolhas para conseguir fugir da cidade que, muitas e muitas vezes, sufoca e oprime.
Toda essa narrativa é construída com imagens filmadas nos países e cidades que Lou Schmidt visitou entre 2017 e 2019, incluindo Nova Iorque, Cannes, Londres, Amsterdam, Berlin, São Paulo e Porto Alegre.
Sucessor de “Decompression” (2016) e “Universo Em Fade” (2011), “Turn Me Off” é para ouvir e assistir entendendo, do começo ao fim, a complexidade e a profundidade de cada camada textural, distorcida e ruidosa.