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Intenso e “triste”, Cyanogaster abre as feridas em álbum “Liquidifiqueador”

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(Foto: POP CYBER)

Com tom intimista, o álbum “Liquidifiquador” da banda paulista Cyanogaster carrega no próprio nome a ideia de diluir e triturar as próprias dores. Catártico, o álbum mergulha na “vibe triste” sem se afundar no acústico, ilustrando outras possibilidades de explorar esse sentimento tão peculiar.

“Liquidifiqueador é cheio de letras confessionais e experimentações melódicas. Nós trituramos o que havia dentro de nós para que algo novo fosse criado a partir disso”, revela os integrantes da banda.

Na intenção de conectar peças trituradas, o álbum de 12 faixas é composto por cinco músicas que logo após são repetidas em versões mais enérgicas e experimentais. De forma espelhada, “Liquidifiquador” termina com a mesma música do começo, mas em uma versão totalmente diferente. O Interlúdio e a faixa “Canção Boba” marcam a transição do Lado A para o Lado B.

Com a cisão no meio, em sua primeira parte, o álbum traz a representação mais tradicional do indie rock com violão, solos de guitarra e bateria. Em “Paisagem” e “Virgem”, o lado melancólico fica exposto e ganha maior alcance em “Édipo”, uma faixa que escancara as dores explicitamente em tom de confissão.

Na transição, o álbum “recomeça” com a intensidade e agressividade presente na pegada emo e screamo de “Carrasco” (Ao vivo Oversonic), e mostra seu lado bem-humorado em “Amor, ódio e reparação (versão 80’s)”, com nuances mais sintéticas e viajantes na presença do teclado e elementos inspirados na estética Arcade. Em Édipo (Versão Lo-Fi), o álbum explora técnicas de gravação de baixa fidelidade sonora para conferir um certo charme “caseiro” para a produção; e, em “Virgem (Acapella)”, a criatividade da Cyanogaster faz com que os músicos deixem seus instrumentos de lado em uma faixa totalmente acapella. Trazendo essa técnica tão antiga para a música contemporânea, a faixa ganha um verniz diferenciado com a ambientação vocal dos músicos e a presença de Adrielle Ferreira na voz feminina do duo.

Navegando pelo rock, o álbum traz o gosto das diversas referências musicais da banda, apresentando um som que dança entre Los Hermanos, Fresno, Zimbra, Cícero, Phill Veras, Scalene, Vanguart, entre outros.  Inseridos na cena do rock brasileiro, a banda leva consigo a identidade mais “brasuca” apresentando um álbum “Deluxo” e não “Deluxe”. A singela troca sinaliza a intenção da banda de imprimir em seu conceito a brasilidade de um rock cheio de experimentações e influências. A primeira versão de “Liquidifiqueador” foi lançado em 2017 sem o lado B e a faixa inédita “Canção Boba”, quando a banda apresentava outra formação.

Produção em quarentena

“Liquidifiqueador (Deluxo)” foi totalmente produzido em home studio, com início das produçõe em abril deste ano. Esse momento sensível do auge da quarentena foi um combustível para um álbum tão intimista e confessional, onde os integrantes da banda puderam agregar um pouco das próprias inspirações frustrações.

Inquietos mesmo com as dificuldades do isolamento social, a Cyanogaster intercalou a produção do álbum com o projeto ”Versão de Quarentena”, uma série de vídeos produzidos pela banda com versões intimistas de grandes sucessos brasileiros. Com participação de artistas independentes, a série apresenta releituras de músicas brasileiras consagradas em arranjos bastante inusitados.

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