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ENTREVISTA: Isadora Gondim fala sobre trabalhos como atriz e demais projetos

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(POP CYBER)

“Ser atriz é realmente o que eu mais quero na vida”, afirma a talentosa Isadora Gondim, nordestina que coleciona uma diversidade de trabalhos e vivências no mundo do teatro e audiovisual.

Com a arte presente em sua vida desde a infância, Isadora já possui hoje, uma bagagem de projetos que são para lá de especiais para ela, como por exemplo: peças de teatro, curtas e longas-metragens, webséries, entre outros.

Atualmente morando em Natal, no Rio Grande do Norte, Isadora também já viveu em São Paulo durante 1 ano, onde pôde agregar ainda mais conhecimento e experiências na área.

Seu trabalho mais recente e gravado durante o isolamento social foi o protagonismo na websérie “Ellas”, da Linha Produções, em que ela dá vida à personagem Joana na trama. Trazendo a história de um “Amor proibido”, a série se passa em chamadas de vídeo da personagem com a professora de filosofia, a qual ela tem um relacionamento.

Em entrevista exclusiva ao Portal Pop Cyber, a atriz contou um pouco mais sobre o inicio da sua carreira, projetos já realizados e, sem dúvidas, falou um pouco mais sobre a série “Ellas” e como foi o processo de gravação da trama em quarentena.

Além disso, Isadora está aproveitando esse momento em que precisamos permanecer em casa devido à pandemia do covid-19, para continuar estudando, além de também produzir para o seu próprio instagram. Uau! Quanto assunto incrível, não é mesmo? Confira agora a entrevista completa:

Portal Pop Cyber – Primeiramente obrigada por topar essa entrevista. Bom, vamos lá… Como e quando você percebeu que queria ser atriz?

Isadora: Super clichê dizer que desde pequena, né? Mas é verdade! Eu era uma criança super ativa, falante, criativa, e tudo se inclinava para o lado das artes. Comecei o ballet aos 3 anos, e desde antes já dançava, cantava, imitava e decorava as falas dos filmes e dos desenhos animados que assistia. Me lembro de sempre ter essa vontade muito intensa de querer me ver naquela tela. Daí, fui crescendo e me experimentando artisticamente. Ainda criancinha passei pela música no canto e no piano, fui bailarina, fui ginasta. Depois, o meu grupo de dança de rua fez participação na Paixão de Cristo do Colégio e foi quando o teatro começou a me chamar. Quando finalmente entrei de verdade no Grupo de Teatro da escola e pisei no palco pela 1a vez para apresentar minha 1ª personagem, a sensação foi de que era aquilo mesmo que eu queria para o resto da vida. Esse foi o momento que a chave virou.

Portal Pop Cyber – Sua primeira peça profissional foi “Quando A Vela Apaga”, que é uma história de Terror e que participou também do festival “O Mundo Inteiro É Um Palco”. Como foi a sensação de embarcar na sua primeira peça de fato profissional, com temporadas, e também já participando de um festival como esse?

Isadora: O espetáculo “Quando A Vela Apaga” tem um valor sentimental enorme para mim. Não só por estar fazendo minha primeira peça profissional, aos 18 anos, mas pelo fato de que só pela força de vontade e de trabalho do elenco e do nosso diretor foi que se tornou apto a participar do “O Mundo Inteiro é Um Palco”, que era um dos festivais de teatro mais significativos da cidade de Natal-RN. As cenas de terror do espetáculo eram nada mais do que pequenos experimentos cênicos criados pelos próprios atores como resultado de uma oficina dada pelo diretor, José Neto Barbosa, da S.E.M Cia de Teatro. Eu, por exemplo, escrevi e co-dirigi as minhas cenas e mais umas duas ou três. Quando ele viu o potencial que aquele trabalho tinha, quis transformar mesmo em um espetáculo de terror interativo, para inscrever nos festivais e arriscar fazer temporadas. Amarramos todas as pontas soltas na dramaturgia e nos personagens e fomos na cara e na coragem. No final das contas, não tivemos retorno financeiro nenhum, quase prejuízos, mas a peça caiu no gosto do público, que se envolvia muito com as histórias e com o formato do espetáculo, andando no escuro, acompanhando as cenas em diferentes cômodos daquele casarão antigo da Pinacoteca Potiguar.

 Portal Pop Cyber – Sabemos que São Paulo e Rio de Janeiro são dois grandes centros em que as oportunidades se encontram mais concentradas, porém ao mesmo tempo são difíceis de alcançar e viver disso. Você se mudou para São Paulo e viveu lá por um tempo. Qual era o seu maior objetivo com essa ida e como foi essa experiência e desafios vividos por lá?

Isadora: Minha experiência em São Paulo foi curta, mas muito intensa. Em só 1 ano, eu sinto que cresci vários, como artista e como ser humano. A princípio, meu objetivo era um curso intensivo de 1 ano de atuação e direção no Instituto Stanislavsky, para aprender Method Acting, que é hoje, minha linha acadêmica de estudo como pesquisadora. Quanto mais eu ia estudando essas técnicas, mais ia me identificando com como eu gostaria de atuar. Mas mesmo assim é muito desafiador ser atriz no Brasil, se você começa do nada, mesmo estando em grandes polos como SP e RJ. É preciso fazer bons contatos, se livrar dos golpes de agências e agentes falsos, conseguir testes e geralmente arranjar outro trabalho aleatório ou bicos que te sustentem financeiramente para conseguir continuar fazendo o que gosta vivendo nessas cidades. Tudo muito caro! Como meu curso consumia bastante da minha carga horária, eu não me encaixava em empregos usuais com jornadas normais de 6h ou 8h, e ficava me desdobrando para tentar arranjar jobs aqui e ali e não cair em papo furado. Foi ficando cada vez mais difícil. Assim que terminei o curso, tive que voltar pra Natal e a pandemia me fez ficar por aqui até agora.

Portal Pop Cyber – Nessa caminhada da sua carreira, além de peças de teatro, você também já integrou ao elenco de alguns curtas e longas-metragens. “OFEGO”, “Barulho da Chuva”, “Sobre Viver” e “Quando As Coisas Se Desmancham” são alguns deles. Tem algum que possui um significado muito especial para você? Conta um pouquinho para a gente!

Isadora: Eu amo todos esses trabalhos, e cada um tem uma história especial e um lugar no meu coração! “Quando As Coisas Se Desmancham”, de Aristeu Araújo, foi meu primeiro curta profissional em Natal. Uma experiência de set maravilhosa, cheia de profissionais que eu já admirava desde que me iniciei no audiovisual potiguar e um resultado lindo, que já passou em vários festivais nacionais e internacionais. Esses outros foram gravados durante meu tempo em São Paulo. Dos que ainda não saíram: Sobre Viver, de Tamires Stampini e Ananda Karenina Barbosa, foi feito com o pessoal do MBA em Cinema que estudava na mesma escola que eu, e foi minha primeira participação em um longa metragem, muito divertido de gravar. Barulho da Chuva, de Beatriz Magalhães, foi um curta para trabalho de conclusão do curso de cinema da FAAP, mas parecia um set de filmagem profissional. Me senti muito bem e concentrada o tempo todo. Foi legal também porque eu fui atrás de todas as etapas, fiz o teste, passei, ganhei o papel, construí a personagem e gravei. Já OFEGO, de Atilas Lima e Ian Rassari, foi um curta-metragem de 1 minuto, feito pro instagram. Me juntei com um grupo de amigos meus de Natal que estavam em São Paulo, todos com muita vontade de produzir arte e também intrigados com a ansiedade da selva de pedra. Fizemos o filme do jeito que deu, pensando nessa sensação que a cidade nos trazia e o resultado ficou simplesmente incrível. Mostro esse pra todo mundo! Está disponível para assistir no meu instagram, @isadoragondim

Portal Pop Cyber – Em 2019, você trabalhou como apresentadora dos painéis do maior festival internacional de webséries, o Rio Webfest. Além de ser um evento de premiação, é uma grande oportunidade de networking e aprendizado. Como foi vivenciar a adrenalina dos 4 dias de festivais e estar de frente na maioria dos painéis com os criadores?

Isadora: Vou contar um segredo… A adrenalina foi real! Sofri um assalto à mão armada 1 dia antes de começar a trabalhar no festival, quando tinha acabado de chegar no Rio de Janeiro. Mas, era meu primeiro trabalho num evento tão grande, com gente tão importante, e eu não podia deixar nada me abalar. Antes disso eu só tinha só sido da equipe de apoio do SP WebFest, mas foi o que me levou a ser convidada para ser apresentadora no Rio WebFest. Então, eu estava ali para mostrar o que eu tinha para oferecer e com aquela equipe maravilhosa trabalhando freneticamente, consegui fazer isso e terminar muito feliz. Os painéis foram um sucesso! Passamos por vários criadores enquanto ficávamos todo o tempo em transmissão ao vivo direto pelo facebook, enchemos a Cidade das Artes de gente de diversos cantos do Brasil no dia da premiação. Conheci tantos trabalhos legais, tanta gente boa no que faz. Foi lindo e inspirador fazer parte disso.

 Portal Pop Cyber – O networking do Rio Webfest te rendeu a participação em um episódio da websérie “ELLAS”, exibida no youtube. Como surgiu esse convite e como foi participar dos episódios?

Isadora: Quando a quarentena começou, eu nunca pensei que tomaria as proporções que tomou, mas não demorei a perceber como era sério. O convite para protagonizar a webserie surgiu em maio, quando eu estava em casa direto há quase 2 meses, já me desiludindo. Então, o momento não poderia ter sido melhor! Fiquei surpresa, porque conheci as meninas da Linha Produções rapidamente no Rio WebFest ano passado, e realmente não esperava que fossem me procurar pra trabalhar com elas, principalmente, se eu estava em Natal e não no Rio. Mas a necessidade da produção audiovisual sem sair de casa, permitiu que a distância não fosse um obstáculo para a primeira temporada de “Ellas”. Recebi o voto de confiança dessa equipe só de grandes mulheres para os 16 episódios, e, inclusive, a roteirista Thaiane Soares encaixa o momento da pandemia em todo o contexto.

Confira o trailer de “Ellas”: 

 Portal Pop Cyber – Em um contexto de pandemia e com a necessidade de se adaptar para continuar trabalhando e produzindo, você estrela a websérie “Ellas”, gravada totalmente em isolamento social. Como foi precisar se autogravar para esse projeto sem contracenar fisicamente com outra personagem?

Isadora: “ELLAS” é uma websérie literalmente pandêmica! Foi toda gravada durante o isolamento social, contracenando por vídeo chamada, gravando com nossos próprios celulares, sendo dirigidas pelo whatsapp. Loucura, né? Eu nunca me imaginei fazendo 16 episódios nesse formato. No início eu achei bem complicado, já que nunca tinha feito isso antes. Foi tecnicamente difícil de, por exemplo, manter a câmera estável, não fazer ruído no microfone, gravar a tela sem interrupção, não me cortar no enquadramento da chamada e enquanto isso permanecer no personagem e ser o mais natural possível no diálogo de casal com minha parceira de cena, que eu nunca conheci pessoalmente. Eu diria que nos primeiros episódios essas dificuldades estão bem aparentes, mas com o tempo fomos aprendendo a tirar de letra toda essa parte técnica e dessa relação virtual das personagens. Ai, que processo massa!

Portal Pop Cyber – A trama aborda, via vídeo chamada, sobre o relacionamento da sua personagem com a professora, que inclusive é casada. O que torna praticamente uma história de um “Amor Proíbido”. Como foi dar vida à Joana nesse projeto e vivenciar todo o processo dela na história?

Isadora: A Joana é uma personagem muito jovem e muito intensa, nas coisas que sente, nas coisas que fala. Assistindo aos episódios você percebe que ela está naquele momento da vida, antes dos 18, quando ainda não se mede tanto as consequências das coisas. Ela está perdidamente apaixonada por essa professora de filosofia, e espera dela receber de volta tudo o que dá. Mas a Luciana, embora também apaixonada, é casada, é professora dela, e está envolvida amorosamente com uma menor de idade. É um amor proibido mesmo e a Joana, apesar de muito inteligente pra sua idade, às vezes não percebe a seriedade disso tudo. Eu tentei sempre me ater à essa ingenuidade dela e criar uma personalidade bem forte, brincalhona e apaixonada. Cada episódio ela está com um sentimento à flor da pele. Também foi muito louco ver o pessoal interagindo nos comentários do youtube dizendo que já tinha passado por coisas parecidas.

Portal Pop Cyber – Nessa última semana você também teve aulas de atuação online e falou um pouco como foi em seus stories. Mas, conta mais sobre essa experiência de quarentena para a gente e para quem também não assistiu! Como foram esses primeiros contatos com o EAD dentro da sua profissão?

Isadora: Eu achava que não ia me render ao EAD, sabia? Porque tá tendo toda essa discussão entre os artistas se o teatro é ou não é teatro quando apresentado virtualmente, e eu me perguntei se valeria a pena estudar teatro pela internet, sem contato. Mas a verdade é que o ator nunca para de atuar, mesmo em um momento como esse, em que não podemos estar frente a frente. Quando a webserie começou a ser gravada, eu já tava agoniada de estar passando tanto tempo sem trabalhar como atriz, e quando acabou, eu pensei “meu deus, quanto tempo será que eu aguento?”. E comecei a estudar toda a teoria da minha linha de pesquisa, assistir os filmes e séries da minha lista, até não aguentar mais. Aí comecei a produzir conteúdo pro instagram, mas percebi que sozinha era uma experiência muito cansativa e pouco gratificante. Passei por várias crises existenciais e de me questionar “será que eu quero mesmo isso?”. Então esse mês eu vi que realmente preciso de gente e entrei nesse grupo de pesquisa da técnica de atuação do russo Michael Chekhov. Começou semana passada, mas eu já sei que foi a melhor decisão que tomei. Terminei a primeira aula tão inspirada e com a sensação (melhor do mundo) de que ser atriz é realmente o que eu mais quero na vida.

Portal Pop Cyber – Muito obrigada pela entrevista. Desejamos todo o sucesso sempre para você. Quer deixar uma mensagem para a galera que vai estar lendo essa entrevista?

Isadora: Eu que agradeço por você querer me entrevistar! Me senti tão especial. As perguntas foram incríveis, revisitei vários momentos da minha vida de atriz. Amei. Pra quem está lendo, deixo uns recadinhos, sim. Consumam arte, minha gente! Se envolver com cultura com certeza nos tornam pessoas melhores. Apoiem os artistas independentes da sua cidade, do nosso Brasil. Sigam nas redes sociais, vejam os trabalhos, recomendem. Nós ralamos muito e precisamos de todos vocês. Continuem tendo cuidado com o corona vírus também, porque ele ainda não foi embora. Pra quem quiser acompanhar meu trabalho, me segue no instagram @isadoragondim que eu faço bastante coisa por lá! Um grande beijo em todo mundo e muito obrigada pela atenção nessa entrevista maravilhosa!

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