Ressignificar o passado é uma maneira de dar um novo sentido para algo do presente, uma poderosa forma de libertação e renovação do que já passou. Na arte, não seria diferente. Thalles resgatou a memória afetiva do seu primeiro trabalho musical, a canção Everybody Dies, para dar uma nova roupagem de arranjos e sonoridade em uma releitura lançada nessa sexta-feira. No dia 14 de dezembro, o artista realiza seu último show do ano, que acontece no Estúdio Bixiga, em São Paulo.
A canção traz a visão entre vida e morte como um fator natural da existência humana, a nossa única certeza. A densidade do tema pediu por uma sonoridade que se encaixasse com a letra e, por isso, a releitura traz um arranjo inicial mais minimalista somente aos acordes de piano e voz. “Desde pequeno, eu sempre pensei muito sobre a finitude da vida na terra e sobre o tamanho do universo. Quando entendi a brevidade da nossa existência, comecei a enxergar a morte de outra maneira, como uma etapa que precisamos passar”, explica Thalles. A canção, composta aos 18 anos de idade do artista, amplia seu significado para abranger questões mais profundas, como o apego e a transformação.
Thalles ainda ressalta um trecho do colunista Antonio Prata que marcou o início de sua carreira e também representa a expressão artística melancólica de suas composições: “E depois que a gente morre, o que você acha que acontece?”, perguntou minha vizinha. “Acaba.” “Nossa, é muito triste pensar assim.” É. E quanto mais triste me parece, mais bonito fica.
A canção é o oitavo lançamento do projeto 12 X single, que vai trazer uma nova música por mês ao longo de um ano. O projeto já tem outros sete singles lançados, como The Truman Show, Katie Don’t Be Depressed, It’s a a New Year and We’ve Never Been so Old, O Rio que Amava o Mar, a versão alternativa em francês e inglês de You, The Ocean and Me, Crying on the phone e Temporary Palace.
